Olá Werther, nunca sei muito bem como começar cartas.
Algumas coisas mudaram desde a ultima vez que escrevi para você. O número de pessoas que posso conversar esta diminuindo mais com o passar do tempo (não, você não conta, afinal nunca esta aqui por perto).
Não sei qual a pior parte de tudo isso, não saber se fazer entender ou questionar "o que ganho em ser entendido?". Talvez eu só queria alguém acreditando em mim, ser a minoria não é fácil; porque tudo o que a maioria fala é tomado como verdadeiro.
Talvez você saiba como é abrir os olhos pela manhã e não querer sair da cama. Olhar o seu quarto e desejar ficar ali o dia inteiro. Sem rostos que possam causar qualquer dor, sem recordações de tempo algum...
Mudei com tudo isso, hoje não me pego usando termos como "sempre" e "nunca mais", agora sei que essas palavras são muito grandes para uma pessoa tão pequena quanto eu. Mas posso dizer meu caro, que isso ainda dói como da primeira vez. É mais ou menos como quebrar a perna, sempre é terrível, mas agora você sabe que não deve ficar tão desesperado e sabe também que aquele sofrimento é fêmero. Um dia conversará com um alguém e contará a historia daquela perna, talvez vocês até se divirtam.
Por favor Werther, não responda com palavras de conforto. A felicidade alheia não é ligada à minha. O sorriso de alguém não vai curar um doente em fase terminal. Enquanto aguardo sua resposta para essa carta, fico aqui com meus amigos livros. Falando em livros, precisamos ter nossas conversas sobre literatura o quanto antes, sinto falta delas.
Tem um pouco de mim ai nesse texto! Ou, pelo menos um pouco do que eu fui. rs
ResponderExcluirÉ de algum livro, ou você escreveu?
De qualquer forma, quero uma continuação! rs
abraços, cara!