15.8.10

Trecho de "Noite na taverna" de Álvares de Azevedo

"-Pois bem! quereis uma história? Eu pudera contá-la, como vós, loucuras de noites de orgia; mas para quê? Fora escárnio Fausto ir lembrar a Mefistófeles as horas de perdição que lidou com ele. Sabei-las... essas minhas nuvens do passado; leste-lo à farta no livro desbotado de minha existência libertina. Se o não lembrásseis, a primeira mulher das ruas podera contá-lo. Nessa torrente negra que se chama a vida e que corre para o passado enquanto nós caminhamos para o futuro, também desflorei crenças e me lancei, despidas as minhas roupas mais perfumadas, para trajar a túnica da saturnal! O passado é o que foi, é a flor que muchou, o sol que se apagou, o cadáver que apodreceu. Lágrimas a ele? fora loucura. Que durma com suas lembranças negras! revivam, acordem apenas os miosótis abertos no pântano! sobreáguë naquele não-ser o eflúvio de alguma lembrança pura!
-Bravo! Bravíssimo Claudius, estás completamente bêbado! bofé que estás romântico!"

Um comentário:

  1. Cara, eu li esse livro! Tem que ficar duas horas para entender o que querem dizer, mas ainda sim as histórias são ótimas!

    Beeijos!

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