23.8.10

Lucas e o poço.

Ébrio de felicidades, Lucas olha o poço; resolve olhar um pouco mais perto, gosta de ver a escuridão e o vazio. O frio o encanta. É tão delicioso a melodia da nênia, em um momento de descuido e encanto o nosso pobre amigo cai. "O poço é muito melhor observado de fora" ele pensa. Como ele deseja estar agora na segurança do brilho macilento da lua, que alias ele nem consegue mais ver. Durante algum tempo Lucas deseja pedir socorro. Logo após Lucas pensa na chegada, na dor de cair de tão alto. Isso deve doer.
Límpido, Lucas não pensa mais na dor da queda, nem em pedir socorro; na verdade, ele só pensa em ficar sozinho. Sozinho e em paz.

3 comentários:

  1. Não sei porque, mas me lembrei de nascimento, crescimento, amadurecimento e finalmente, morte tranquila e suave.
    Só lembrei disso mesmo.
    E desculpa a falta de presença aqui, mas os dias estão tenebrosos u.u
    rs

    Espero que esteja tudo bem por ai, senhor!
    Abraços e se cuida!

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  2. Adorei o texto, mas, não sei se entendi direito, ou se minha interpretação foi um tanto quanto ingênua. Não interpretei como a chegada da morte, mas sim como quando uma pessoa acaba ficando sozinha sem querer, e acaba encontrando não dor ou incômodo, mas uma estranha paz. Me corrija se estiver errada.
    Abraços

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  3. Ah, meio perturbador esse texto. O cara prefere morrer e ficar em paz do que pedir socorro, não sei.
    É estranho.
    Enfim, super bem escrito, adoro seus textos. =)

    Beeijos!

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