21.4.10

O grande bombeador de sangue, queimado.

Minhas lágrimas ardem ao sair dos olhos, são como lavas vulcânicas, queimam e deixam cicatrizes por onde passam. Descem até meu queixo, deixando em seu rastro a carne escura, queimada. Pingam lentamente em meu peito, gota por gota, começam a queimar minha carne, um buraco vai se abrindo e logo chegam no grande bombeador de sangue, o grande portador das coisas que mais me orgulho e mais odeio. Meu sangue evapora com o calor, minha carne logo é transformada em cinzas, e os sentimentos que eram guardados ali, voam pelos ares, são pequenos pedaços de papel, memorias queimando ao ar, lentamente queimando ao ar e quando finalmente chegam ao chão, estão reduzidas a nada.
E em um instante, me encontro com dois rastros de queimadura no rosto, no peito um buraco e no chão meus sentimentos queimados, reduzidos a nada.

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